Página Inicial / Artigos / Artigo: Cowboy Bebop é um bom lembrete do que é uma adaptação

Artigo: Cowboy Bebop é um bom lembrete do que é uma adaptação

Reprodução

Em um dia de exibição Cowboy Bebop foi xingado de um pouco de tudo, principalmente no Twitter. Eu ainda não tinha assistido, então só ignorei. Até que assisti e me deparei com os mesmos obstáculos que alguns críticos denunciaram. E depois de refletir sobre alguns desses “problemas” eu me lembrei de uma coisa: Cowboy Bebop é uma adaptação, então  tuodo bem ter diferenças e não ser fiel.

Logo no primeiro episódio eu me incomodei – e muito – pela presença da Faye, achei bem desnecessário e sem motivo, não mudo essa opinião, mas reconheço que seu papel nesse episódio é bom. Ainda mais pela luta entre ela e Spike, que é muito boa. E logo nos episódios seguidos me deparei com outros dois problemas: a filha do Jet e o romance entre Julia e Vicious.

Vamos por parte, a filha do Jet é, para mim, a maior adaptação funcional dentro da série. É tosco ele ter uma filha, algo que quebra o clima durão dele no anime, entretanto é muito bom tudo que envolve o Jet e sua filha, a busca pela boneca no submundo e a apresentação, onde o Spike está brigando com vários capangas e o Jet assistindo a apresentação da filha em um bar, está é uma das melhores cenas da série. E esta adição é a prova de que pode sim adaptar e adicionar background nos personagens que funciona.

O Jet mudou d eum cara durão e sério, com níveis de sarcásmo e ironia estratosféricos, para um cara sarcástico e cômico, mas não cômico nível Chaves, e sim um nível que lembra muito os filmes do Jackie Chan, onde sempre tem um personagem que é o contra-peso entre a seriedade e a comédia. Aliás, a série lembra muito Jackie Chan, com lutas que usam o cenários, personagens brigões e alívios cômicos dentro das brigas.

E o casal Júlia e Vicious protagonizam tudo que não funciona dentro da série. Júlia é chata e Vicious um machista tosco, mas esse não é o problema, a química, ou falta de química, entre os atores e a péssima atuação de Alex Hassell tiram todo o ar vilanesco do personagem – que deveria ser o yang do Spike, mas é só um vilão noventista tosco e desproporcional para a série. O contra-peso do Jet, o casal Júlia-Vicious, não funciona, é adição que não agrega positivamente dentro da série. E digo isso sem comparam com os personagens do anime, só são personagens ruins.

E com uma adição ótima e uma péssima, algumas outras adaptações e adições são importantes, como o background da Faye e, até mesmo seu romance homossexual, são outras coisas que funcionam. Alguns episódios que são adaptações completas do anime, como o ep. do Teddy Bomber são bons, você consegue ignorar o episódio do anime e não comparar, porque o ep. na série funciona bem. 

E sobre a ocidentalização da série, que foi uma das grandes críticas nas redes sociais, só posso dizer que é uma adaptação, então isso é o que acontece. A direção, roteiro e som contam com pessoas que trabalharam na animação, como Shinichiro Watanabe, o diretor e criador dos personagens – o homem que disse que gostaria de ver mais backgrounds em seus personagens e que a sexualização do anime estava errada.

Talvez o maior ponto decepcionante seja o excesso de backgrounds, o que envolve os dois casos citados (do Jet e do casal Júlia-Vicious), que acabam ofuscando as caçadas da equipe, já que daria para ocupar uns 5 episódios só com caçadas aleatórias, sem destacar ou focar em uma narrativa mais expositiva sobre algum personagem. E, novamente, isso não é um demérito.

Por outro lado, a adaptação está conseguindo fazer o que pouca adaptação faz, alguns espectadores estão revisitando ou indo para o anime pela primeira vez. Cowboy Bebop faz questão de ser uma adaptação que mira na obra original, a estética audio-visual da série é muito rica e os personagens principais são tão bons quanto os do original, mas é uma adaptação e deve ser assistida tendo a original como refêrencia e não como uma duplicata.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

Você pode Gostar de:

De: Marvel, Para: Marvel – Como o ep 4 de What if…? fala mais sobre a Marvel, do que sobre… a Marvel

Este texto não é uma critica odiosa da Marvel ou um hate avulso. Este texto …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *