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Crítica | “Pobres Criaturas” é uma jornada excêntrica de libertação

"Pobres Criaturas" é uma jornada excêntrica de libertação, brilhantemente conduzida por Emma Stone sob a direção única de Lanthimos
(Reprodução)

“Pobres Criaturas”, sob a direção de Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone, se revela um filme marcante na carreira do cineasta e da atriz. Um filme que mescla elementos góticos, feministas e uma narrativa peculiar, destacando-se pela originalidade e pelo crítica social incisiva.

A narrativa gira em torno de Bella Baxter (Stone), uma personagem que evolui de uma inocência quase infantil para uma mulher de convicções fortes, desafiando as expectativas sociais. A performance de Stone é notável, trazendo nuances complexas à personagem e entregando uma atuação digna de reconhecimento. O elenco de apoio, incluindo Mark Ruffalo, Willem Dafoe e Ramy Youssef, entrega atuações memoráveis, contribuindo para a riqueza da história.

“Pobres Criaturas” brilha tanto na edição, mantendo um ritmo cativante ao longo das mais de duas horas de filme, quanto nos efeitos visuais, que, embora sutis, enriquecem a atmosfera única criada por Lanthimos. A cinematografia, marcada por uma estética peculiar, é outra camada que adiciona profundidade à experiência do espectador, complementada por uma trilha sonora que guia as emoções sem se sobrepor à narrativa.

O roteiro, adaptado do romance de Alasdair Gray, é uma peça-chave do sucesso do filme, mesclando humor, drama e uma crítica social mordaz. A história de Bella é uma metáfora poderosa sobre liberdade e identidade, ressoando particularmente em discussões contemporâneas sobre o feminismo e a autonomia pessoal.

 

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Existe apenas um detalhe que incomoda: grande parte das reflexões do filme ficam apenas na superfície, não apresentando uma pensamento um pouco mais elaborado. Isso Acaba criando uma expectativa acerca da relevância reflexiva de uma cena, que logo é expurgada por um corte brusco na linha de raciocínio.

Ainda assim, “Pobres Criaturas” não é apenas um entretenimento de qualidade superior; é um convite à introspecção sobre as convenções sociais e as estruturas de poder que moldam nossas vidas. Lanthimos, conhecido por seu estilo único e às vezes perturbador, consegue equilibrar perfeitamente a estranheza com momentos de profunda humanidade e compreensão.

Recomendo fortemente “Pobres Criaturas” a quem procura um filme que desafia os limites do convencional, oferecendo uma experiência cinematográfica rica e envolvente. É uma obra que promete cativar, entreter e provocar reflexões longas após o término de sua exibição, solidificando-se como um marco na filmografia de Lanthimos e na carreira de Emma Stone.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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