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Crítica: Godzilla vs Kong (2021)

Este texto contém spoilers de Godzilla vs Kong

Godzilla vs Kong/ Divulgação

Primeiro de tudo, deixarei de fora dessa análise boas parte do arco da MIllie Bobby Browm, a Madison, pois, é um arco desnecessário e dispensável. Dito isso vamos à análise!

O filme já começa mostrando que Kong é um alfa, e quem viu os outros filme do Godzilla, sabe que não pode existir mais de um alfa, por isso o gorilão está em uma instalação secreta da Monarch na Ilha da Caveira, onde Kong fica imperceptível para o Godzilla.

Ainda no começo do filme a Apex, empresa de alta-tecnologia, é atacada pelo Godzilla, mais pra frente endentemos o motivo. Com isso, os membros da Apex decidem ir até a Terra Oca para pegar uma fonte de energia, mas para isso eles precisam de um “alguém” que saiba onde fica essa fonte de energia na Terra Oca. Esse alguém é o Kong, pois os monstros todos viviam lá e (segundo a explicação do filme) todos sabem onde fica tudo lá embaixo. Esse começo é meio forçado, para as coisas andarem, funciona, mas é forçado.

Com 10 minutos de filme vemos Godzilla arrasar uma base da Apex e nesse momento a gente lembra que o lagartão é muito poderoso demais. O filme segue numa enrolação de leve, até que acontece o primeiro confronto entre os alfas. A cena é toda sobre e sob o mar, Godzilla leva vantagem, pois Kong estava sedado, apenas 20% consciente, mas mesmo assim não deixa barato, mas ele perde o primeiro round.

Mas essa cena na água é um deleite para os órfãos do filme clássico (que não teve um vencedor no final), a partir dessa cena podemos deduzir que Godzilla venceria na água, com certa facilidade, afinal ele respira sob a água, enquanto o Kong, não. E essa não é a única cena que referencia a versão de 62. Logo depois do embate, Kong é transportado de helicópteros para a entrada da Terra Oca, bem no estilo de 62, mas dessa vez, sem os balões.

Na Terra Oca descobrimos que os Kongs sempre venciam os combates com os Godzillas, que essa embate é histórico e atravessa gerações, há até uma espécie de altar dos Kongs na Terra Oca. E lá embaixo o Kong é o rei, ele mata um dos kaijus e bebe seu sangue em seu crânio, ao estilo das lendas vikings. Há uma certa diferença entre os dois, as cenas com o Kong buscam um estilo de cinema mais americano, cheio de cenas épicas e com fotografias que possam ser transformadas em wallpapers, já quando Godzilla aparece, as cenas ganham tons sombrios e a sensação de morte, pavor e terror é o que toma conta da tela, como se Kong fosse a esperança e Godzilla fosse a desilusão, um é a vida e o outro é a morte.

Godzilla vs Kong/ Divulgação

O filme corta entre os kaijus e o arco da Madison, que só serve pra nos mostrar o Mechagodzilla, todo o arco dela é desnecessário, não faz sentido na narrativa do filme, poderiam apenas mostrar o “vilão” humano e o que ele está fazendo, e só. Mas somos apresentados ao Mecha, que é poderosíssimo! A cabeça do Gidorah, do segundo filme do Godzilla, serve como um servidor para controlarem o Mecha. E quando a Apex consegue a energia da Terra Oca, ela a usa para fortalecer ainda mais o Mecha, que nesse ponto se desprende da cabeça do Gidorah, a impressão é que Gidorah passou sua consciência para o MechaGodzilla.

Enquanto isso tudo acontece, os dois alfas estão brigando. E que briga!! Os efeitos especiais não deixam a desejar, Kong está magnífico, ágil e agressivo, já Godzilla é a máquina de destruição que conhecemos nos outros filmes. Dessa vez Kong leva a melhor, com direito a diversas referênciasaos filmes clássicos, como: Kong pendurado em um prédio, como se estivesse no Empire States; Kong tentando abrir a mandíbula do Godzilla, como ele fez com o dinossauro no filme de 1932; Kong enfiando o cabo do machado na boca do Godzilla, igual a cena galhofa no filme de 62, mas lá Kong enfia uma árvore; Godzilla tentando soltar uma baforada atômica na boca do Kong, como ele fez com o Muta no primeiro filme. E a briga não se resume a isso, além das referencias, as cenas de ação estão implacáveis, (por um motivo desconhecido) todos os prédios tem neon, o que deixa tudo, visualmente, lindo. Kong empata a disputa, levando vantagem e derrotando, por enquanto, Godzilla. Até que o lagartão revida e derruba Kong, que quase morre.

Nessa cena há uma espécie de “quem é que manda” com Kong sob os pés do Godzilla e Godzilla rugindo para Kong, que rugi de volta. E é aí que aparece o Mecha, que de cara dá um sacode no Godzilla! O MechaGodzilla é muito mais poderoso e destrutivo que o Godzilla. Quando achamos que um Deus ex salvaria o dia, um dos membros da Apex dá uma descarga elétrica no Kong, referenciando o filme de 62, quando Kong é atingido por raios e volta para a briga. E Kong levanta, se junta ao Godzilla e, juntos, derrotam o Mecha, nos dando uma das lutas de monstros gigantes mais lindas do cinema. 

Godzilla vs Kong/ reprodução

No final, não há vencedor, Godzilla volta pro oceano e Kong para a Terra Oca. Godzilla vs Kong é uma carta de amor para os fãs, um filme que tem muito easter eggs para oq eu gostam disso e muito espaço para teorias. As cenas de ação dos monstros gigantes não deixam nada a desejar, a história é corrida onde tem que ser, afinal isso não é um Snyder Cut de 4 horas, mas apresenta alguns furos de roteiro, principalmente com o arco da Madison. Fora alguns errinhos de roteiro, o filme marca presença no Monsterverse, ouso dizer que é um dos melhores filmes sobre monstros gigantes, é impossível não criar um laço de empatia com o Kong e, ao mesmo tempo, não querer que ele ganhe, pois você não quer ver o Godzilla perder.

Resolvi atribuir algumas notas ao filme:

Trilha sonora: 9/10 – falta algum hit de sucesso para marcar algumas cenas, como aconteceu em Kong – Ilha da Caveira.

Efeitos especiais: 9/10 – A única coisa que soou estranho foi o fato de tudo ter neon, isso fez o mundo ser muito artificial, mas as cenas são lindas.

Roteiro: 7/10 – O pivô era o embate dos monstros, isso foi entregue com maestria, mas faltou tempo para o roteiro se desenvolver melhor.

Fotografia: 9/10 – O único lugar que tudo ficou estranho foi na Terra Oca, mesmo tudo sendo bonito, ficou estranho, ora era meio acinzentado, ora era meio avermelhado, isso ficou feio no filme.

Nota Geral: 9/10 – Apesar do roteiro, o filme entrega tudo que apresentou na campanha de marketing, e vai além com as cenas de ação, mostrando que dá sim para fazer um filme cheio de porrada que vale cada minuto na frente da tela.

Trivia: o ator de Tarzan (Alexander Skarsgård) é que salva o Kong.

 

Godzilla vs Kong está disponível via aluguel por diversos canais de streaming no Brasil.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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