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Crítica: Homem-Aranha: Através do Aranhaverso ★★★★★ (2023)

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Um velho estigma do cinema foi quebrado mais uma vez: a sequência que é melhor que o original. Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é um filme cheio de variações estéticas e visuais, com uma trilha sonora muito boa e uma história que se basta (sem toda aquela bagagem necessária da Marvel ou que precisa de anos de conhecimento erudito para apreciação).

Obviamente que a responsabilidade de entregar uma obra de arte singular já não era mais a preocupação dos estúdios da Sony, mas manter a qualidade era o minímo esperado. Joaquim dos Santos, o diretor, que dirigiu o filme antecessor, volta com mais ímpeto para entregar aquilo que fez o primeiro filme um sucesso. Dessa vez, o filme conta com centenas de cenas que poderiam ser wallpapers perfeitos – em destaque uma cena da Gwen conversando com seu pai.

Ainda sobre o visual, os destaques vão para as cenas de movimentação de teia pela cidade e as cenas de ação, que são extremamentes fluidas e bem desenvolvidas. O movimento de Miles Morales jogando teia pela cidade é muito crível, a atenção aos detalhes de movimentação  e articulação do personagem são dignos de atenção. Em uma das cenas Miles e Gwen protagonizam uma das cenas mais bem feitas da história do cabeça de teia no cinema.

Outro destaque é a ação, logo no começo com o Abutre, temos uma mostra de tudo que há de vir. Em diversos momentos, surge uma voz que de dentro que pede que aquilo seja um videogame, devido aos movimentos e a ação em si. Spoiler leve: a cena dos aranhas perseguindo um personagem é muito, mas muito boa.

Fora da questão estética, o filme se sustenta, também, pela trilha sonora, que faz muito uso de R&B, dos mais diversos estilos. E todas as músicas casam com as cenas. As poucas trilhas que fogem do R&B, um synthwave e uma “guitarrada” são utilizadas para apresentar o personagem ou como pano de fundo de personagens específicos. E dessas experimentações sonoras, o grande destaque é a trilha de entrada do Spider-Punk, um punk britânico dos anos 70, com guitarras marcantes que fortalecem muito a presença do personagem.

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Já trazendo os destaques, Spider-Punk se sobressai pelo visual diferentão, como se fosse uma série de “lambe-lambes” colados no filme e com uma personalidade muito bem definida (passível de ser chamado de lacrador pelas suas critícas acídas). Outro personagem que se destaca pelo visual é Pavitr Prabhakar, o spider indiano. Que conta com visuais únicos e com detalhes que incorporam características da Índia. E é claro que a centenas de spiders vão prender a atenção de qualquer um.

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No quesito história, o filme não tenta inovar, mas apresenta mais visões do que é o multiverso da Marvel (sendo até mais uma versão de multiverso). O vilão que é só um vilão, sem ter grandes aspirações ou motivações é bom, serve para seu proposíto e, fazendo um esforço, o próprio multiverso pode ser visto como vilão do filme (mas tem que se esforçar para ver o filme assim). E mesmo com uma história simples, o filme é feito de grandes momentos, poucos são os trechos sem vida do filme, a narrativa é rápida e é fácil perder a percepção de tempo com o filme.

Por se tratar de um filme em duas partes, essa dinamicidade do filme pode ser um pouco frustrante para quem esperava um final. Todavia, o final da parte um é satisfatório e deixa claro que a parte dois é uma conclusão (com cliffhangers até que obvios). E desse gancho, um sopro de conforto, pois é ali que vemos personagens já conhecidos se juntando aos novos personagens, dando aquele gosto de quero mais.

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é um ótimo filme, por não ser nada excêntrico no quesito história e abusar do expimentalismo visual, seguido por uma trilha sonora imersiva. Fora os inúmeros easter eggs que divertem os mais aficcionados pelo personagem.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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