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Crítica: House of the Dragon – 1ª Temporada ★★★★★ (2022)

Estreou em 2022 a tão aguardada sequência, que na verdade é um prequel, da aclamada série de televisão Game of Thrones (GOT), intitulada de House of the Dragon. A história é inspirada no livro Fogo e Sangue, do autor George R.R. Martin. Repare que o título do livro é também o lema da casa Targaryen.

A trama principal, nessa temporada, gira em torno da história de Rhaynera Targaryen, a filha mais velha do Rei Viserys, que é declarada legítima sucessora de seu pai. Porém os empecilhos vão surgindo à medida que outros pretendentes à sucessão vão surgindo. Assim, como em Game of Thrones, a trama passa por uma incessante luta para ver quem se sentará no Trono de Ferro.

(Reprodução)

Em razão disso, aqui surge a primeira comparação entre as séries. House of the Dragon se mostra uma história promissora em razão do dinamismo das cenas e da existência de menos núcleos de personagens, se comparada à GOT.  Isso faz com que o espectador fique muito preso à sucessão de atos, sem se preocupar em relembrar um fato isolado acontecido em outro núcleo de personagens.

Outro ponto positivo para House of the Dragon é que grande parte dos personagens acabam por despertar algum sentimento em quem está assistindo à série. Dessa forma, o núcleo de personagens se constrói de maneira espontânea, com a criação de núcleos robustos, com características próprias. Por isso, é bem provável que você logo se encante com alguém na série, e essa pessoa provavelmente será Rhaynera.

A princesa consegue demonstrar bem o sofrimento de uma mulher declarada sucessora em um mundo completamente machista, o que gera uma série de enfrentamentos entre ela e outros personagens. Além disso, há um grande destaque para a parte humana de Rhaynera, que entende as suas obrigações, mas que também expõe seus defeitos, seus desejos e suas angústias.

Além dessa Targaryen, o outro destaque fica por conta de Daemon Targaryen, que talvez seja um dos personagens que melhor entende o que é ser irmão do Rei em toda a série. Daemon é um personagem determinado a fazer o que for necessário para alcançar seus objetivos, seja isso moralmente correto ou não.

E, para fechar o ciclo dos Targaryen, há Viserys, o Pacífico. A personalidade do Rei é interessante para ser comparada com outros Reis exibidos em GOT. Isso porque as intenções dele até que são boas, porém a tomada das decisões, normalmente, é bem questionável. Porém isso não tira o brilho do personagem. Inclusive é válida a nota de que o próprio Martin disse que o Viserys da série é melhor que o do livro.

 

(Reprodução)

 

Em contrapartida, o destaque fora desse núcleo de personagens fica por conta de Alicent Hightower, a menina que começa como uma simples amiga da princesa, e termina como uma personagem implacável, disposta não mais ser um peão no jogo dos tronos. Não falarei muito dela, porque teria que dar spoilers da trama.

Retornando ao foco da história, House of the Dragon traz o que todo o fã de Game of Thrones queria na série original: dragões e mais dragões. Isso, de fato, é um dos pontos altos da série, pois demonstra muito bem a força dessas mitológicas criaturas e como os Targaryen se destacavam por poder montar em dragões. É de um dragão que vem a melhor cena da temporada, ocorrida no episódio nº 9, juntamente com a Rainha que Não Foi.

Nesse sentido, a série é esteticamente impecável, com cenários deslumbrantes, trilha sonora de qualidade e uma quantidade de ação na medida certa, não exagerando ou deixando isso em falta. Tal junção de elementos é essencial para o que falei acima, o dinamismo da história. Isso significa que mesmo com os vários timeskips, a trama consegue se sustentar muito bem, não existindo sérios buracos na narrativa, problema que aconteceu nas últimas temporadas de GOT. Por isso, a história é consista da melhor forma possível, com a elucidação de todas as informações necessárias ao espectador.

Minha crítica para a série fica por conta da escolha dos atores para alguns personagens, mas não pela atuação ou algo parecido, mas sim pela nítida disparidade entre a idade dos atores e dos personagens apresentados. Dessa forma, um personagem envelhece 20 anos, mas seu ator continua o mesmo ou é escolhida uma atriz mais velha para interpretar uma personagem 10 anos mais nova, gerando uma contradição visual em relação aos outros personagens. Um exemplo bom para o que estou dizendo é a escalação de Ewan Mitchell para interpretar um dos filhos do Rei. No pós timeskip o personagem de Ewan é mais novo que o seu irmão, porém a sua aparência física é de pessoa muito mais velha que seu parente. E repito: isso não é demérito para a atuação, mas sim uma questão que fica estranha no desenrolar da série, porque personagens mais novos ficam parecendo muito mais velho que outros.

Portanto, House of the Dragon emerge como uma das séries com maior potencial para os próximos anos, porque supre uma lacuna deixada por GOT, trazendo uma história muito bem desenvolvida e com ótimos efeitos especiais. Por isso é facilmente maratonável.

Nota do autor: é muito provável que House of the Dragon seja, de fato, mais dinâmico que GOT, isso porque a história é mais curta e o autor, George R.R. Martin, tende a escrever os livros paralelos sem a inserção de tantos detalhes quanto a série de livros original. Isso é muito bem verificado no livro do Cavaleiro dos Sete Reinos (que creio que terá uma adaptação no futuro). Esse conto destoa até de GOT, não só por não trazer dragões, mas também por ser mais direta aos fatos.

 

 

Sobre Felipe Costa

Aspirante a Power Ranger Vermelho, jogador de Fate Grand Order e Advogado, quando a responsabilidade bate. Também participo do podcast Apenas um Papo

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