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Crítica: Lightyear ★★★★☆ (2022)

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Contém spoilers.

Um filme que tem mais do que oferece, assim pode-se definir Lightyear, o filme solo do patrulheiro espacial. Geniosamente, consegue se afastar de Toy story e se aproximar de um filme único e distinto da franquia dos filmes de brinquedos.

A trama é surpreendentemente superior ao que o filme oferece, com leves ajustes, a trama pode ser adaptada para um flime do Matt Damon (Perdido em Marte). Na história o patrulheiro acidenta a principal nave na saída de um planeta, incapacitando o “legume”, como é chamada a nave, de sair deste planeta. Até aqui a trama é bem simples e pouco ambiciosa, até que Lightyear se mostra determinado a resolver os problemas na nave e faz da sua determinação uma ambição doentia.

Lightyear inicia uma série de testes que desencadeia passagens do tempo diferentes, enquanto ele passa minutos testando a nave, passa-se anos para quem o espera no planeta. Essa parte eleva, e muito, a perspectiva do flime, já que deixa a cota infantil um pouco de lado para assumir ares mais maduros. É nesse momento que vemos sua companheira Hawthorne protagonizar o momento lésbico, que chocou muitos conservadores. O que muita gente não se atentou é que é uma sequência de cenas tristes, carregadas de despedidas não realizadas, Lightyear perde uma parte de si quando perde Hawthorne. Isso tudo é um contexto lindo, que deveria ser enaltecido pela ousadia em se colocar isso em uma animação infantil, e que supera, e muito, a cena lésbica, no sentido de impactar o espectador.

Obviamente que o filme é carregado de humor, afinal ainda é um filme infantil. As grandes cenas ficam por conta dos personagens de apoio, que conseguem mesclar humor e drama, em doses bem carregadas de humor, em detrimento do drama. Um destaque para Taika Waititi, James Brolin (o pai do Josh Brolin, o Thanos) e Keke Palmer que fazem excelentes trabalhos de voz, e para o protagonista Chris Evans.

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Cuidado spoiler colossal abaixo.

O ponto forte do filme é a revelação de que o vilão Zurg é o próprio Lightyear, que depois de resolver a questão da viagem no tempo se encontra com seu eu mais jovem e toda a trama gira em torno disso. A vilanice é parte da ambição do patrulheiro, que só é rompida pelo heroismo do roteiro. O filme peca em resolver a questão dos Lightyears muito rápido, mas isso é aceitável, já que a trama precisava se resolver.

Lightyear é um filme que supera as expectativas, em meio tanto roteiro simples e repetitivos, Lightyear consegue se superar e oferecer um roteiro que vai além do esperado e faz com que se deseje mais e com mais maturidade. Uma história como Lightyear deveria ser representada como um live action, dada as proporções narrativas do filme.

O grande pecado do filme é não dosar a animação, muitos momentos as piadas são infantis e repletas de piadas de pessoas se acidentando e coisa do gênero. O que não é um problema por se tratar de um filme infantil. Outro ponto negativo é a polômica em torno do casal lésbico, problema causado por marketing ruim e repercursão negativa na web, o que pode afastar ou criar expectativas baixas para o filme.

Lightyear segue em exibição nos cinemas, mesmo com baixas nas bilheterias. 

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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