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Crítica: Nossa Bandeira é a Morte – 1ª temporada ★★★★★ (2022)

Divulgação

Sem uma divulgação adequada, Nossa Bandeira é a Morte é uma série sobre o pirata Stede Bonnet, um aristocrata que larga tudo para se aventurar pelos mares. O mais curioso, além da má divulgação por parte da HBO-Max, é que Bonnet existiu e é, relativamente, famoso entre os piratas.

Com um visual que mescla a excelência em cenários, com a simplicidade cênica, a série mostra vários ambientes diferentes, o que pode ser bom em alguns momentos e ruim em outros. Mas o grande destaque visual é o figurino, principalmente o de Taika Waititi, que faz o Barba-Negra, vestido como se fosse um Mad Max dos mares. Bonnet, Rhys Darby, se veste com as belas roupas da aristocracia europeia, com um figurino montado de modo a dar inveja em Bridgerton.

Reprodução

Mas nem figurino ou cenário, ou até mesmo o elenco se destaca tanto quanto o roteiro, entre as tramas mais simples, a série entrega um “bromance” entre Bonnet e Barba-Negra que é gostoso de acompanhar, ainda mais devido a amizade que os dois constroem na série. E ente essa trama, acompanhamos outras tramas menores que nos divertem e emocionam, como a do personagem Jim (Vico Ortiz), que é um marujo e depois descobrimos que é uma mulher com um passado complexo. Ou o episódio da gaivota que é muito aleatório, mas fala sobre amizades e como elas devem ser tratadas. Ou até mesmo o romance entre Black Pete (Matthew Maher) e Lucius (Nathan Foad), que para mais que um romance homossexual, é um romance antes de tudo – sem a “lacração”.

Aliás, mesmo com personagens homossexuais e não-binários, a série não tem “lacração”, nem existe um discurso sobre isso, tornando mais fácil a naturalização das diferenças. Vários outros discursos relevantes estão presentes na série de forma sutíl, como a liberdade das mulheres em frente a função de mãe, até mesmo a questão da masculinidade tóxica é debatida, mas o espectador menos atento nem perceberá, mas receberá a mensagem.

Sem apelo para o drama, comédia, ação ou romance, Nossa Bandeira é a Morte faz tudo isso sem se dedicar a um gênero específico, e isso funciona bem. Os episódios são divertidos, leves e com temas que são fáceis de acompanhar, sendo uma boa série para a hora de almoço, por exemplo, ou para uma tarde de domingo.

O elenco é repleto de rostos conhecidos, mas a maioria deixa aquele ar de “conheço ele da onde?”. Como é o caso de Frenchine (Joel Fry), que fez Cuella, ou Wee (Kristian Nairn), o Hodor de Game of Thrones. Fora Taika Waititi, que é um rosto conhecido, temos Con O’Neill, que esteve recentemente em The Batman e Will Arnett.

Nossa Bandeira é a Morte sofreu com a má divulgação da HBO-Max, mas isso não diminui a série, que já está em debates sobre uma continuação.

https://www.youtube.com/watch?v=xFE8ASwxmpA

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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