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Crítica: Sem Saída – ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

Sem Saída é o novo longa de suspensa lançado exclusivamente na Star+ no Brasil. O filme é baseado no best-seller homônimo escrito por Taylor Adams, que conta com uma trama simples, porém muito envolvente, sendo capaz de prender a atenção em cada detalhe, até o último ato. No longa acompanhamos a personagem Darby, que passa por problemas para se recuperar do vício de drogas e vive em uma clínica de reabilitação, quando recebe uma ligação urgente sobre a saúde de sua mãe, forçando-a a sair da clínica para ir até o hospital. No caminho ela é surpreendida por uma forte tempestada de neve, que faz com que a garota tenha de se abrigar em um local com pessoas completamente desconhecidas. Tudo começa a ficar ainda mais tenso quando ela descobre que em um dos carros de alguém do abrigo está uma garota sequestrada, agora Darby precisa lutar contra o tempo para desvendar esse mistério e evitar um desastre. O longa faz jus ao gênero suspense e consegue criar ambientes de tensão muito propícios, fazendo com que nós, os espectadores, tentemos adivinhar quem é o sequestrador e quais suas intenções, enquanto a trama se desenvolve em um ritmo agradável.

Como mencionado, a trama de Sem Saída não é complexa, mas consegue entregar um resultado muito satisfatório. O modo como a narrativa se desenrola permite ao espectador criar suas teorias de quem é o sequestrador, até o momento que isso é revelado, surpreendendo, ou não, quem assiste. O modo como os acontecimetnos são apresentados também contribui para tornar a experiência ainda mais agradável, não sendo nem muito lento, mas também sem correr e tropeçar nos elementos que levanta, cada ato do filme é valorizado e possuí um desfecho interessante que prendeu minha atenção. No começo do longa, somos apresentados a personagem principal, conhecemos um pouco de sua vida e de seus problemas com a família, porém, dos personagens do abrigo, não sabemos nada, o que torna os diálogos entre eles a única fonte de informação que temos, principalmente quando decidem jogar um jogo de cartas e passam a contar coisas sobre suas vidas. E é aqui que o longa ganha um ritmo interessante e deixa o espectador com uma pulga atrás da orelha sobre quem seria o sequestrador.

Mesmo com a história sendo simples, os personagens conseguem a tornar interessante o suficiente para ganhar sua simpatia. Cada personagem que aparece em cena é misterioso e pouco é dito sobre eles, até mesmo quando revelado o mistério principal, grande parte da trama deve ser imaginada pelo espectador, o que achei muito intrigante, principalmente dada a simplicidade do longa. A jovem Darby é interpretada por Havana Rose Liu, que está simplesmente ótima no papel, entregando uma personagem imersiva, que consegue fazer com que nos simpatizemos com sua trajetória e torçamos por ela a todo instante. Suas ações do passado são refletidas em seu presente, impactando os acontecimentos, uma proeza para a curta duração do filme. Também temos junto a ela no abrigo o casal Ed e Sandi, vividos por Dennis Haybert e Dale Dickey respectivamente, que também entregam personagens misteirosos, que vão se revelando ao longo do desenrolar da trama. Danny Ramirez interpreta Ash, um jovem aparentemente calmo, mas igualmente misterioso, que provoca nossa imaginação a todo instante. O personagem mais impactante do abrigo é Lars, vivido por David Rysdahl, que já nos primeiros momentos choca com sua presença raivosa e passional, levando a criar teorias sobre suas intenções naquele lugar. A criança sequestrada, Jay, é interpretada por Milla Harris e, por mais que sua presença pareça supostamente de vítima, ela também possui uma ligação misteriosa com os acontecimetnos. A irmã de Darby, Sarah, e o policial Ron Hill, vividos por Kirty Hamilton e Benedict Wall respectivamente, possuem aparições curtas e sem tanto impacto de fato na trama, a não ser no arco final. A trama sombria que coincidentemente envolve os personagens naquele abrigo se torna intrigante graças as atuações bem realizadas dos atores, que mesmo entregando papéis não tão originais e repleto de clichês, ainda sim conseguem impactar e formar bons momentos.

O filme aposta em um único ambiente, mantendo os personagens presos dentro do abrigo e tendo de interagir apenas naquele local. Devido a sua curta duração e a maneira como o roteiro opta por desenvolver a trama, esse fator não torna a experiência cansativa, muito pelo contrário, deixa mais interessante e eficaz. O contrário de muitos filmes que se passam em um único ambiente, que forçam longos diálogos e não são capazes de amarrar os elementos de forma satisfatória, tornando a experiência massante e enjoativa. Não há muito o que se dizer do visual do filme, a não ser que está dentro do esperado, os cortes das cenas conseguem transmitir a tensão precisa de um suspense, contribuindo para um bom resultado e desenvolvendo os atos de forma eficaz.

Sem Saída é um bom suspense para quem quer ver algo diferente e ao mesmo tempo clichê do gênero, sem exigir tanto do seu tempo. O longa acerta na escolha do elenco e no desenvolvimetno dos personagens, o que faz com que a narrativa simples seja algo imperceptível. Não é um filme espetacular, mas é capaz de divertir e deixar intrigado com os acontecimentos, supreendendo com um bom desfecho. O longa está disponível na Star+ e possui cerca de 1h36 de duração.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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