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Crítica: Space Jam: um novo legado – ★★★★★ (2021)

Space Jam: Um novo legado ganha novo trailer - Jornal de Brasília
Divulgação

Se em 1996 Michael Jordan brilho na animação da Warner, Space Jam, hoje (2021), LeBron James não deixa a desejar em Space Jam: um novo legado. Uma comparação breve pode ser feita entre Space Jam e Tron, ambos são sequencias e ambos são atualizados para suas datas de lançamento.

Quando assisti Space Jam pela primeira vez eu fiquei fascinado, eu evitava esportes, mas ver Michael Jordan e os personagens que eu gostava, foi o máximo. Acredito que muito jovem passou por isso. Eu cresci tendo aquele filme como referência para híbridos de animação e live action, hoje eu fico feliz de  poder falar que um novo filme substituiu esse lugar no meu podium.

Em Space Jam: um novo legado, LeBron e seu filho Dom são sugados para dentro de um supercomputador e devem enfrentar uma IA, o Al-G Ritmo (claramente um trocadilho com “algoritmo”). E para os mais velhos, saudosos do filme de 96, isso pode até ser estranho e sem muito sentido, mas faz todo sentido. Nos anos 90 o que causava estranheza era o espaço, por isso “Space Jam” é com Ets. Agora, 2021, a internet e tecnologias ligadas à ela, são nossos maiores temores – isso sem falar no bendito algoritmo que está em tudo (há até uma crítica sútil à produção de conteúdo baseado em algoritmo dentro do filme).

A trama é o básico: aproximação da família, com pai e filho distantes por gostos diferentes, nada inovados (o que é aceitável, no meio de tanta produção audiovisual), nesse embate de gerações Al coloca pai contra filho em uma disputa de basquete. E agora que tudo fica lunático, em 96 prezaram em jogar basquete, seguindo o máximo de tradição do esporte que fosse possível dentro do filme, agora o jogo está à disposição do filme. Dom (Alex Huerta) desenvolveu um jogo de basquete, com movimentação fora da realidade, aprimorando o jogo com manobras estilosas e jogadas surreais (típico de videogames), e é esse basquete que é jogado em Space Jam: um novo legado.

Ao ser sugado para o multiverso da Warner (o filme é autoconsciente sobre ser um filme), somos apresentados aos diversos personagens do estúdio, cada cena é um convite para pausar e caças os easter eggs. O maior destaque do filme é exatamente como brinca com isso, a cena de “recrutamento” é uma das melhores, principalmente a do Coyote (este texto não tem spoylers, mas pense no personagem Coyote dentro do universo de Mad Max). E, nas duas horas de filme, temos centenas de personagens de outras franquias da Warner – há alguns muito mal caracterizados, mas que divertem por estarem ali, como Mr. Freeze, de Batman e Robin (1997).

E o jogo todo é uma loucura, com cenas bonitas e com uma excelente seleção de cores. O jogadores rivais são interessantes, protagonizam uma ótima cena de apresentação e possuem designs agradáveis. A trilha sonora mistura alguns clássicos, como a abertura clássica dos Looney Tunes com beats modernos, contendo algumas músicas atuais e outras que pertenciam ao filme de 96.

A única cena que faz falta é uma apresentação dos Lune Squad, como acontece no longa de 96, mas isso é um ponto mínimo, que só faz falta para quem viu o filme de 96 (particularmente, senti falta de falas marcantes, eu sei a maioria das falas do filme de 96, mas é detalhe de fã).

Space Jam: um novo legado é um ótimo filme para assistir com a família, mesmo sendo um filme infantil, é divertido e com piadas adequadas aos dias de hoje, mas sem deixar a parte lunática de lado. O filme está em exibição nos cinemas, mas deverá chegar ao catálogo do HBO Max, mas sem data definida.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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