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Crítica: Thor- Amor e Trovão ★★★★☆ (2022)

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Sendo um excelente filme para quem nada quer além de diversão, Taika Waititi colocou tudo que deu certo em Thor – Ragnarok no novo longa do herói.

Depois do hype, da enxurrada de críticas negativas e dos repetidos argumentos, assistir Thor – Amor e Trovão é outra experiência. A diversão está ali, a aventura, o drama e o climax marcante, também. O flme sofre com o desgaste do UCM, Amor e Trovão tem o peso de mais de uma década de histórias nas costas, ignorar o blip do Thanos, o Multiverso e qualquer outra coisa do UCM é quase impossível – isso sem falar no hábito de ter referências em tudo que é frame do filme. Com tanta bagagem para carregar, o filme se perde no limbo entre o UCM e uma história única e bem construída.

Seguindo os últimos anos, a produção da Marvel tem boas coreográfias de lutas e de ação, entretanto, sofre com a maior crise da empresa: o CGI. Muito do efeito visual computadorizado é plástico, alguns efeitos deixam a impressão de inacabado. Fora a movimentação de alguns personagens que é sintética ao extremo (principalmemente as cenas de Thor e Poderosa Thor voando). Mesmo para o espectador menos atento, o filme deixa a desejar no CGI.

Outro ponto técnico que pesa na obra é fotografia, nesse caso, pesa positivamente. A decisão de Taika e sua equipe é certeira em colocar Gorr (Christian Bale) sempre em cenários preto e branco, mostrando como a sensação de abandono e desesperança do personagem vai além das questões internas ao personagem. Outro ponto é a quantidade de cores alegres e vivas, principalemte os tons de amarelo e vermelho, que contrastam muito bem com o preto e brando de Gorr.

Visualmente Amor e Trovão é lindo, as cenas em que Gorr aparece, fazendo o personagem utilizar as sombras como meio de locomoção, os monstros saindo das sombras, o salão dos deuses e até Nova Asgard, mostram como as escolhas visuais foram certeiras. Isso sem falar no uniforme de Thor e Poderosa Thor, que são lindos.

Obviamente que não poderiamos deixar a trilha sonora de fora, mas é quase desnecessário falar sobre, pois os trailers entregaram tudo. Muito rock, não só na música, mas na estética. As cenas são pequenos video-clipes, desses que passavam nos comerciais da MTV ou VH1. Assistir Thor pela trilha sonora é, por si só, uma boa experiência.

Se as escolhas técnicas equilibram acertos e erros, as escolhas do roteiro não. Aqui pesam mais erros que acertos. Começando pelo elefante na sala, ou melhor, as cabras. Toda cena com as cabras cansam, a mesma piada toda hora. Mas esse nem é o pior erro, a Poderosa Thor é difícil de aceitar ou entender, a transformação de Jane Foster (Natalie Portman) em Poderosa Thor é jogava na história, ela, repentinamente, é muito poderosa, hábil e detentora de diversas artes de combate, o que pesa na trama e causa um estranhamento. Novamenmte, esse não é o pior problema, o trisal entre Thor, Mjolnir e Rompe-tormentas é a pior coisa do filme. Por uma escolha absurda de Taika, o trisal não funciona nem como humor de seriado do Multishow. O “ciúme” doRompe-tormentas com o Mjolnir é muito ruim, fora que ver Thor tentando usar o Mjolnir é muito infantil.

Reprodução

Mesmo as escolhas ruins não fazem o filme algo ruim, o próprio Mjolnir vem com uma nova habilidade, o martelo se espalha em estilhaços acertando diversos inimigos, sendo uma das coisas mais legais do filme. Outra boa escolha é a equipe Thor, Poderosa Thor, Valkiria e Korg têm química, eles funcionam bem como equipe e protagonizam a melhor cena de ação do filme.

Thor – Amor e Trovão é um filme para quem não criou expectativas. A escolha no excesso de humor e a Poderosa Thor podem incomodar um pouco, mas não o suficiente para motivar alguém a não ver o filme. Não supera Thor Ragnarok, mas é um dos melhores filmes da Marvel dos últimos meses. 

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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