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Crítica: O Páramo – ★☆☆☆☆ (2022)

(Reprodução)

A Netflix adicionou em seu catálogo o novo filme de terror espanhol O Páramo, ampliando mais o seu repertório de terror, mas será que o filme tem qualidade? O longa tem a direção de David Casademunt, que aposta em um clima de terror psicológico mesclando com uma lenda sobrenatural para criar a atmosfera. De início o filme chega a lembrar outros de mesmo gênero, como A Bruxa, pela maneira como desenvolve os acontecimentos, mas logo vemos que se perde em diversos momentos em uma trama arrastada e sem grande relevância. A tentativa de criar uma atmosfera de terror psicológico é totalmente barrada pela trama mal desenvolvida a ponto de te fazer perder o interesse pelo que está por vir.

O plot do filme em si não é o grande problema, mas sim a maneira como é desenvolvido. No longa acompanhamos Salvador, Lucia e o filho do casal que  vivem longe da sociedade devido a uma guerra, que é pouco explorada ou explicada, em uma área plana em que quase não há sinal de vida. A família não recebe nenhum visitante e busca viver de forma a conservar uma tranquilidade, que logo é interrompida pelo aparecimento repentindo de uma criatura sinistra que se alimenta do medo. Por mais interessante que a trama possa parecer, os problemas surgem em seu desenvolvimento lento e arrastado, com cenas que não possuem propósito nenhum, incapazes de agregar significado ao quadro geral do filme. A falta de explicação para diversos momentos é altamente irritante e torna tudo ainda mais pífio, obrigando quem assiste a ter que buscar sentido onde nitidamente não há.

As atuações do filme também não são nada impactantes a ponto de tornarem a experiência menos intragável, pelo contrário, os persoangens são rasos e extremamentes indiferentes a tudo que o roteiro joga sobre eles. Existem apenas cinco persoangens no filme, e a maior parte das interações é realizada pela mãe Lucia, seu filho e a criatura, tornando tudo ainda mais massante e repetitivo. Cobrar dos atores que entreguem bons personagens neste filme não faria muito sentido, até por que eles conseguem fazer um bom serviço, mas nada pode superar um roteiro preguiçoso, que impede a trama de ter um bom desenvolvimento.

Talvez o que possa ser o ponto mais relevante do filme é a fotografia. A escolha do ambiente é certeira e consegue criar uma imersão satisfatória. As paisagens são lindas e passam um clima de vazio perfeito para um terror psicológico, uma pena terem sido desperdiçadas por uma trama fraca. Os cortes das cenas também não deixam a desejar, conseguindo criar boas atmosferas para os sustos, mas que não vingavam, mais uma vez graças ao roteiro, que mais te deixavam com pressa do filme acabar que preocupado em levar um bom susto.

O Páramo é um desses filmes que não vale o seu tempo, muito menos se você espera um terror psicológico com bons sustos e uma trama envolvente. O diretor até que tentou, mas não foi feliz no resultado. Porém o filme serviu de experiência para que nos próximos tenhamos um filme ao menos razoável. O longa está disponível na Netflix e possui 1h32 de duração, que podem parecer mais 5h.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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