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Crítica: Os Piratas – Em Busca do Tesouro Perdido ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

Com um estilo que nos remete direto ao clássico Piratas do Caríbe, acaba de chegar no catálogo da Netflix o novo longa sul coreano de ação e aventura, com uma pitada de comédia, Os Piratas: Em Busca do Tesouro Perdido. O filme é uma espécie de sucessor espiritual do longa lançado em 2014, Os Piratas, que pode ser encontrado no Prime Vídeo. É praticamente impossível não lembrarmos de Jack Sparrow em suas aventuras pelos mares do caribe, mas aqui são inseridos elementos singulares da cultura asiática, que impressionam e tornam a experiência muito interessante.

No filme acompanhamos um grupo de piratas que resgatam uma gangue de bandidos, que se dizem bandidos honestos, e que se deparam com um mapa que pode os levar a um tesouro antigo e muito valioso. Ao darem início a busca pelo tesouro, eles terão de enfrentar diversos perigos que colocarão a prova sua coragem. A trama se passa na Dinastia Joseon. O roteiro do filme é de Chun Sung-Il, que esteve envolvido no longa Os Piratas de 2014 e também em All of Us Are Dead, série da Netflix que fez muito sucesso.

A trama do filme é carregada de clichês típicos do gênero de aventura, o que não chega a ser um grande problema, pois são desenvolvidos de forma natural. Ao vermos um filme com temática de piratas, logo tomamos Piratas do Caribe como referência, pelo extremo sucesso que o longa hollywoodiano fez, e essa semelhança pode ser notada em diversos momentos do filme. O contexto da história é explicado de forma muito rasa no começo, mostrando antigos generais do império decadente levando os tesouros reais para o mar a fim de os proteger e impedir que caiam nas mãos dos inimigos.

O desenvolvimento da trama é bom, mas com ressalvas, certos momentos tem cortes muitos bruscos, que fazem os personagens darem saltos de um lugar para o outro de forma muito brusca, podendo deixar o espectador um pouco confuso, o que é estranho dada a longa duração do filme, poderiam ter sido mais bem resolvidos esses aspectos. De forma geral, o filme faz jus ao gênero aventura, apresentando bons momentos de exploração e perigos que os personagens enfrentam, agregando muito para a qualidade do longa. A comédia também é bem dosada, no estilo dos dramas sul coreanos, mantendo o estilo pastelão que consegue tirar algumas boas risadas do espectador.

As atuações mantém o mesmo padrão já conhecido das produções sul coreanas, bem caricatas, com aquele estilo que nos dá a impressão de estarmos vendo uma versão live-action de algum anime. Um elemento que certamente merece destaque é o fato de que ao invés de termos um capitão homem, como de costume, no longa temos uma capitã mulher, algo bem incomum para os filmes do gênero e que deixa o longa muito mais atrativo por esse aspecto inovador e inesperado. E a capitã também se destaca pelos diversos momentos de ação, demonstrando uma coragem surreal e altamente inspiradora. Todos na tripulação a respeitam de forma unânime, sem questionar suas decisões um momento sequer, demonstrando uma total confiança em seus instintos. Os personagens do longa são bem versáteis e carismáticos, conseguindo entregar bons momentos na ação e na comédia, mesmo com os clichês, o resultado é satisfatório, conseguindo ser agradável sem soar forçado.

Por se tratar de um filme de aventura com piratas, o principal ambiente em que a história se passa é o mar, e as paisagens são incríveis, muito bem utilizadas, em cenas com a capitã fazendo manobras com o navio que deixaria Jack Sparrow e qualquer outro capitão de queixo caído. A cena em que ela consegue usar o navio como um prancha de surfe em uma onda gigantesca para salvar sua tripulação é sem dúvida a melhor sequência do filme, muito bem produzida. Também é utilizado muito CGI no filme, ficando bem perceptível nas cenas, mas esses efeitos foram bem elaborados, com um visual colorido e envolvente, não tirando nada da magia  do filme. Uma outra cena que também merece destaque é a luta final do longa, que não irei dar spoiler, mas se prepare para algo incrível, que envolve um golpe de espada combinado de raios, uma sequência que, sem dúvida, irá te impressionar. E por falar em lutas, no longa temos bons combates entre os personagens e também entre os navios, que não poderiam faltar em um filme de piratas.

Os Piratas: Em Busca do Tesouro Perdido é um bom filme para se divertir e relaxar, sem esperar grandes coisas. O visual é bem envolvente e pode te impressionar pela riqueza nas cores. O roteiro é simples, mas cumpre o seu papel, apesar das ressalvas, entregando uma história que se desenvolve bem, com bons momentos de aventura, ação e comédia. O que talvez seja um ponto negativo é a longa duração, que pode se tornar cansativo graças aos cortes bruscos entre as localizações dos personagens, mas nada que irá estragar completamente a sua diversão. Se você quer um filme para relaxar sem muito compromisso, vale a pena arriscar. Os Piratas: Em Busca do Tesouro Perdido está disponível na Netflix e possui 2h06 de duração.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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