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Crítica: Re/member ★☆☆☆☆ (2023)

(Reprodução)

Chegou no catálogo da Netflix um novo longa de terror japonês que envolve jovens, looping temporal e muita morte gratuíta: Re/member. Como alguém que gosta de ser torturado por filmes ruins de terror aleatório, logo dei play e fui surpreendido pelo resultado: um filme tão ruim, mas tão ruim, que o meme do Mickey lavando os olhos fez todo sentido para mim.

Jovens estudantes que não eram amigos são presos em um looping temporal por uma criatura misteriosa que se apresenta como uma criança de início e começa a perseguí-los e matá-los um a um. Os jovens são obrigados a viver o mesmo dia várias vezes. O filme tem um tom sombrio, mas que do nada é transformado em um dia de praia com jovens curtindo a vida: como? Eu não faço ideia.

A trama do filme é muito mal explicada, parece que os acontecimentos são colados de forma aleatória, se esforçando para dar sentido a uma proposta pra lá de desconexa. A começar pelos jovens que são escolhidos sem um motivo aparente e, ao invés de tentar elaborar isso melhor, o filme se desgasta em mostrar cenas onde eles se tornam mais amigos no meio de todo o perigo iminente. Até ai tudo bem, mas colocá-los para curtir um dia de praia no meio de toda matança desenfreada foi algo que cortou completamente o clima do filme, que já não era dos melhores. Outro ponto esdrúxulo da história é a tal criança e as partes do corpo.

Para acabar com o looping, os jovens devem encontrar as partes do corpo dessa criança e colocá-las em um caixão já pré-montado em uma igreja cristã nos fundos da escola em que os jovens estudam. Os motivos por trás das ações da criança não ficam claros e quando tentam explicar, só piora tudo.

As atuações do filme são recheadas de exageros e excessos, com todos os personagens sendo muito caricatos. A narrativa leva os jovens a aprenderem lições sobre diversos temas que envolvem convívio em escolas como bullying, solidão, amizade, entretanto, esses temas acabam sendo trabalhados de forma muito superficial, com diálogos muito caricatos. A todo instante o elenco tenta te convencer que a história é série, que é um terror, mas o que mais se parece é com uma comédia mal executada. A longa duração do filme ajuda a qualidade das atuações a desandar, deixando claro que nem os próprios personagens aguentam mais aquilo.

Um ponto que posso dizer que não foi de todo ruim são os efeitos visuais do filme. Alguma mente iluminada teve a ideia de utilizar efeitos práticos para as cenas de terror, com poucos efeitos especiais, e isso funcionou muito bem. As mortes mesclam bem esses efeitos, entregando um resultado bem interessante. A violência do filme é bem gore, e lembra um pouco as mortes aleatórias de Premonição. A aparência da criança é sinistra quando ela assume sua verdadeira forma, um mérito total da equipe de efeitos práticos, que mesmo parecendo uma espécie de Muppet do mal, fica assustador o suficiente.

A direção de Eiichirô Hasumi toma muitas decisões duvidosas nos cortes e na maneira de conduzir as cenas. As cenas com as mortes dos jovens são bem executadas, tem boas perspectivas. O que me deixou perplexo foi a cena final, que mostra o último confronto com a criança e os jovens, a opção de resolução da cena foi de uma criatividade transbordante.

Infelizmente, para a surpresa de ninguém, Re/member é mais um filme de terror completamente esquecível da Netflix, que dura tempo demais e não tem tanta coisa pra contar. A trama é fraca, cheia de remendos aleatórios que não funcionam bem quando colocados em sequência. As atuações são exageradas demais, com personagens desinteressantes e sem carisma. O único ponto positivo do filme são os efeitos visuais, que surpreendem pela criatividade da produção. Definitivamente, esse filme não vale o seu tempo.

Re/member está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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