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Análise: Biomutant – ★★★★★ (2021)

Biomutant: confira os requisitos e como baixar no PC, PS4 e Xbox One | Jogos de RPG | TechTudo
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Incrível e contemplativo, assim eu resumo minha experiência com Biomutant, jogo desenvolvido pela Experiment 101 e publicado pela THQ Nordic. Em uma jornada pós e pré-apocalíptica, Biomutant se destaca como um RPG single player com mecânicas intuitivas e uma gameplay focada em exploração, com combos fantásticos e um visual estonteante. 

Em Biomutant acompanhamos a jornada dos marsupiais-humanoides buscando a sobrevivência e um mundo pós-apocalíptico, e, que curiosamente, é pré-apocalíptico também. Na jornada, criamos nosso personagem, que é o escolhido e profetizado por uma profecia antiga, onde diz que ele salvará os seres daquele planeta e perpetuará a existência dos mesmos. O jogo começa alguns anos depois de um apocalipse ecológico, causado por despejo de resíduos químicos no mar, que abalou o ecossistema e fez com a natureza daqueles seres fossem alteradas.

Biomutant Hoof Puff Boss Guide - SegmentNext
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Nesse interim, alguns seres mais monstruosos (e fofinhos) sugiram, como as criaturas de fogo, gelo, radioativas e químicas. Entre esses seres, os Devoradores ganharam força e passaram a destruir a Árvore da vida, a fonte vital do planeta. Seu objetivo e derrotar os Devoradores e reequilibrar o mundo, isso sem deixar as side-quests de lado.

A trama, no geral, é bem simples. Vista por partes (dividida em 4 partes, uma para cada Devorador), o jogo é até “bobinho”, pois as missões se repetem na sua essência: vá até o NPC X e fale com ele. Então, o NPC X pede que vá até o NPC Y para pegar alguma coisa e construir uma arma para derrotar o Devorador. Isso se repete e é um pouco chato, entretanto, como o jogo oferece tanta missão secundária, que esse repeteco fica de lado. Quando você menos espera, estará ignorando a missão principal para explorar uma área que descobriu ao acaso.

A missão principal se divide em três grandes missões. Junto ao objetivo de derrotar os Devorados, o jogador deve apoiar uma facção para por fim a guerra entre os povos e escolher quem deve entrar na Arca, uma espécie de nave que vai conservar a vida daquele povo em outro mundo. As missões de facção e da Arca envolvem a escolha do jogador, essas escolhas (Luz e Escuridão) impactam o jogo, algumas opções de dialogo podem te levar à Luz ou Escuridão, que servem para abrir novas habilidades exclusivas para Luz ou Escuridão, bem como para definir o final do game. 

E, sem sombras de dúvidas, a história é simples e cumpre bem seu papel. Os últimos momentos do jogo é um flashback sobre nossas ações e impactos no mundo. E é satisfatório ver o resultado dessas ações, principalmente pelo fator personificação que está presente, tanto para Luz quanto Escuridão, que aparecem, de vez em quando, como aqueles “anjinhos” de desenho animado e comentam sobre nossa decisão.

O jogo é narrado por David Shaw Parker, que vez ou outra, fala algumas coisas sobre o jogo, o cenário ou sobre o desenvolvimento do jogador, elogiando algumas jogadas. Isso é divertido, mas cansa depois de algumas horas jogando, felizmente é possível silenciar o narrador. Junto ao narrador há muito som ambiente e das criaturas, Biomutant não tem muita trilha sonora que se destaca – e isso não é um demérito, já que o jogador estará ocupado com outras coisas durante a jogatina.

Se a falta de música pode parecer um empecilho, a Experiment 101 compensou com um visual deslumbrante. Com biomas diferentes, que variam de neve para o fogo, ou ambientes radioativos para florestas, Biomutant é um show visual. Combinando aos ambientes, os inimigos estão lá, sempre muito coloridos e com cores que combinam com os cenários.

Para melhorar a experiência visual do jogador, Biomutant é um jogo de ação, ação esta que é representada por combos e ataques frenéticos. Com algumas horas de gameplay e com a variedade de armas, o jogador é capaz de combinar diferentes armas para derrotar um oponente. O jogo conta com duas rodas de armas, uma para armas de fogo e outra para armas brancas, que podem ser substituídas durante a luta, mas que cobram uma certa habilidade do jogador. Esse mix de armas é a melhor parte do jogo, misturar dois tipos de espadas em um único combo, ou armas de fogo e armas brancas, ou armas, espadas e magias de uma só vez, fazem o jogo ser merecedor de 5 estrelas nessa análise.

Além da variedade de armas, o jogo conta com um sistema de crafting, onde é possível juntar peças diferentes e criar uma arma única. Esse sistema é intuitivo e fácil, convidativo até para os mais resistentes em craftar itens, como eu, que odeio crafting nos jogos, mas gastei boa parte do meu tempo de jogo indo atrás de peças melhores para minhas armas. E para quem gosta de ter os itens em sua melhor forma, ainda tem as bancadas, onde é possível upar as armas e armaduras.

Com uma gameplay rápida, um visual deslumbrante, uma história fácil de acompanhar e um sistema de exploração e crafting recompensadores, qual é o problema de Biomutant? Em toda minha jogatina eu identifiquei dois problemas. O primeiro é a dificuldade, o jogo é fácil na dificuldade Normal, mas recomendo que na primeira jogatina, joguem no Normal, pois o jogo tem New Game+, que possibilita recomeçar o jogo com todas as melhorias e armas da jogatina anterior. Então, esse problema, não chega a ser um problema, já que o fator replay do jogo é gratificante.

Já, o outro problema, está em sua estrutura: missões repetidas e baseadas em “vai daqui, pra lá e de lá, pra cá”. Quase todas as missões de personagens é isso. Te mandam para um lugar falar com alguém, ou pegar alguma coisa e voltar. Nisso, o tempo de algumas missões é gasto em viagens, já que as missões em si, são rápidas. Mas, há duas alternativas: A) explorar o caminho da viagem, que é o que eu fiz e B) usar a viagem rápida, depois de chegar em um lugar, o jogo libera a viagem rápida para lá, o que ajuda a chegar em novos lugares em menor tempo e esforço.

Essa estrutura de missão é cansativa, mas é compensada com um mundo cheio de exploração e inimigos variados que farão o jogador se esforçar para derrotá-los. Então, Biomutant é um excelente RPG para quem quer algo simples, bonito e funcional. Mas, Biomutant, não é para quem vai jogar 10 horas seguidas, seu gameplay é repetitivo e enjoa depois de três ou quatros horas seguidas.

Biomutant está disponível para XBOX One e Series X/S, PS4, PS5 e PC. 

Até a data de publicação desta análise, Biomutant está em promoção para assinantes Game Pass Ultimate e Xbox Live Gold.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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