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Análise: Hitman 2 ★★★★☆ (2018)

Um assassino profissional, criado para matar. Seu passado é carregado de mistérios que esbarram em suas missões e deixam o assassino tão misterioso quanto seus alvos. Hitman 2, continuação direta do remake lançado em 2016 traz o Agente 47 de volta à ativa e agora tendo de lidar de frente com fantasmas do passado. Desenvolvido pela IO Interactive e publicado pela Warner Bros. o jogo tem como ponto fraco a narrativa que é muito arrastada e confusa;  as cutscenes não são animadas, parecem sim apresentação de slides estáticos e portanto seu ponto mais fraco continua sendo sua história e narrativa.

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Embora seja um game de ação, o que impera em Hitman são as estratégias de stealth melhor desenvolvidas que qualquer outro game que eu conheça. Todas as interações que são possíveis nos mapas podem acrescentar estratégias ao cumprir sua missão de assassinato. Portanto, isso faz valer a pena conhecer todas as interações possíveis, fazendo com que gastar um bom tempo em cada mapa seja algo útil e divertido sempre. Em Hitman 2, realmente é possível fazer do mundo sua arma, porque qualquer objeto possível pode contribuir para abater seu alvo, seja usando-o manualmente no abate ou criando uma armadilha mortal.

Em todos os mapas existem histórias da missão que são reveladas por NPC’s ou alguma pista no cenário que irão te indicar o local e hora exatos em que seu alvo estará. Essas histórias são sempre caminhos possíveis pré-estabelecidos que você pode seguir, ou não, para completar sua missão. Além disso, sempre existem histórias diferentes, mais uma vez, oferecendo diferentes modos de cumprir sua tarefa. Mas, é claro, também é possível abater de formas aleatórias sem estratégia e tentar a sorte de dar um tiro no meio da multidão e tentar sair correndo sem ser pego (fiz isso muitas vezes em momentos de dificuldade, é muito divertido).

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Algumas estratégias e mecânicas são básicas e necessárias para derrubar todos os seus alvos sem ser notado. Por exemplo, sempre é possível vestir o uniforme ou roupa de um alvo abatido ou neutralizado. Infelizmente, não é possível mudar os uniformes de lugar, a roupa que se usava antes de se disfarçar sempre fica ao lado do corpo da pessoa que a usava e está abatida. Embora isso não faça sentido na vida real, faz sentido para que as coisas fiquem mais difíceis e interessantes no jogo, afinal se fosse possível carregar todos os disfarces seria muito mais fácil. 

Os disfarces podem ser reconhecidos por algumas pessoas e outras não. Dessa forma, num mesmo ambiente você poderá andar livremente à vista de alguns e ter de se esconder da vista de outros. Todos os assassinatos devem acontecer fora da vista e de um modo silencioso, limitando muito o uso das armas, o que deixa o jogo muito interessante: você tem uma arma e uma missão de matar, mas não pode simplesmente sair apertando o gatilho. 

Algumas missões ainda contam com até três alvos no mesmo mapa e se o primeiro deles é descoberto, os guardas do ambiente irão ficar em vigília sobre seus outros alvos. Ao mudar a dificuldade do jogo alguns guardas ou policiais serão adicionados ao mapa, e as dicas sobre onde encontrar as histórias do jogo (as pistas já citadas sobre seus alvos) não são mais indicadas no mini mapa. Além disso, se um assassinato sangrento acontecer, manchará o disfarce e o inutilizará, sendo preferível dessa forma os assassinatos sem sujeira, que são os mais difíceis por exigirem que você se aproxime de seu alvo. Essas mudanças me fizeram ter a curiosidade de jogar o game na dificuldade máxima, algo que acontece muito raramente.

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Após terminar as missões ou zerar o game é sempre possível e interessante refazer as missões buscando outros caminhos para o objetivo. Também existem tarefas escondidas no mapa que você poderá cumprir, mais uma vez são muito divertidas porque você terá de descobrir onde e como realizá-las. É claro que a diversidade de ambientes em cada mapa influencia muito para que realizar essas tarefas nunca seja algo cansativo ou repetitivo. Os gráficos do jogo, apesar de não serem os melhores da geração, são compatíveis com as mecânicas simples e não deixam a desejar. Uma análise mais minuciosa dos detalhes, como os rostos dos NPCs, entrega que o jogo poderia ter gráficos melhores, mas como foi dito, nada atrapalha sua experiência. Além disso, as IAs dos NPCs também são limitadas, tornando previsíveis seus movimentos e facilitando completar a missão quando você já passou por ali antes. 

Além da narrativa, talvez o ponto mais baixo do jogo sejam missões do tipo sniper, onde você se aloja num local afastado de uma mansão, por exemplo, e deve apenas eliminar seus alvos à distância com a ajuda da sua mira. Felizmente esses mapas são rápidos e até podem agradar os fãs desse gênero, mas destoam bastante do restante das fases por conter nada do gênero stealth. Você só precisa ficar parado e atirar nos alvos. Outro modo disponível é o Alvo Elusivo, onde a cada vez um alvo aleatório dentro do mapa é escolhido para ser abatido e dessa forma, mesmo se você já tem uma estratégia pronta, terá de descobrir novos jeitos de derrubar esse novo alvo. 

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Um jogo que te ensina a ter paciência, precisão e evitar ao máximo danos desnecessários com certeza é um jogo bastante diferente da grande maioria dos jogos de ação. Em Hitman 2, a estratégia vem em primeiro lugar e pôr a mão na massa de fato fica por último. O jogo te fará sentir aquela ansiedade de ter de cumprir a missão sem ser notado por ninguém como um ninja. Todas as alternativas possíveis dentro de cada grande mapa farão você jogar as missões mais de uma vez para conhecer todas as possibilidades, o que demonstra a riqueza do jogo. 

Sobre Emerson Dutra

Um psicólogo que tem o mundo nerd como seu guarda roupa para atravessar para uma Nárnia que é mais divertida, interessante e justa que nossa realidade compartilhada.

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